Nesta quinta-feira (3), o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a cadeira da presidência do Mercosul - Mercado Comum do Sul, um dos maiores blocos econômicos econômicos do mundo e o maior em produção alimentícia. Seus membros são Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Em discurso para a cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, Lula mencionou que é necessário fortalecer o bloco enquanto uma plataforma não só comercial, mas de desenvolvimento tecnológico, agrícola e de segurança.
“Conseguimos criar uma rede de apoio. Estar no Mercosul nos protege. Nossa tarifa externa comum nos blinda de guerras comerciais. Não à toa há um número cada vez maior de países querendo parcerias conosco. A presidência brasileira representa uma oportunidade para refletir sobre o espaço que queremos ocupar no tabuleiro geopolítico”, afirmou.
Seu pronunciamento foi uma resposta à fala realizada pelo presidente ultraliberal argentino, Javier Mile, que afirmou a necessidade de flexibilizar as regras do bloco. Milei ameaçou deixar de seguir as normas do Mercosul se os membros não adotassem uma postura mais liberal. De acordo com ele, as barreiras econômicas que “foram criadas para nos proteger acabaram nos excluindo”.
Ainda se opondo ao presidente argentino, Lula disse que uma das suas metas no Mercosul é avançar com acordos entre o bloco e a União Européia e a Efta (grupo composto por Suíça, Liechtenstein, Noruega e Islândia).
Durante seu discurso, Lula afirmou que países tanto do Norte quanto do Sul Global reconhecem a importância, a força e o papel do Mercosul na região e o bloco precisa se aproveitar dessa aproximação, colocando regras e exigindo “transferência de tecnologia”.
“Mercosul ampliado é a melhor ferramenta para aproximar e coordenar políticas nacionais. É fundamental garantir as regras para que sejamos beneficiados em nossos territórios com transferência de tecnologia e geração de emprego e renda. Novas tecnologias estão concentradas em um pequeno grupo. O Brasil quer transformar o Mercosul em um polo de tecnologia capaz de atender a população”, disse.
No final de seu discurso, ele comentou, também, a necessidade de combater o crime organizado, tanto na corrupção, tráfico de drogas como crimes ambientais e financeiros nos países membros.